O que responder ao aflito em seus momentos de aflições
O
que responder ao aflito em seus momentos de aflições? E o que dizer a ele
quando não temos nada a ver com os seus problemas? A bíblia é muito clara ao
dizer que o justo terá muitas aflições e que o Senhor Deus o livrará de todas.
Mas se nunca temos nada a ver com o problema dos outros eis aí a questão:
Baseados em nossa
experiência de vida e comunhão com Cristo, sempre vamos apontar para o aflito a
direção de Deus, porém nunca perguntamos a ele se tem forças para se aproximar
de quem pode lhe trazer alivio e solução para a sua dor.
A ideia de que palavras
tem alma é sempre correta e pode ser aplicada quando precisamos responder
ao aflito em seus momentos de aflições. Palavras e gestos sempre serão
necessárias para aliviar a dor de alguém e são as boas palavras e os
gestos sublimes que farão o fraco um pouco mais forte para caminhar em direção
aquele que tem vida para lhe dar.
Deus,
eu e a vida dos outros
O
que mata a alma é o próprio egoísmo, pois nunca imaginamos o tamanho e a
intensidade da dor do nosso próximo. Muitas das vezes nos garantimos por conta
da aparência, classe social e o dinheiro que temos e achamos que isso e outras
tantas coisas são o bastante para assegurar o futuro; mas o futuro a Deus
pertence e só colhemos o que plantamos.
Será que temos alguma coisa a ver com os problemas dos outros? Lembre-se disso: Há sempre um perigo eminente ao nosso redor e nem sempre seremos fortes o suficiente para encará-los sozinho.
Na parábola a seguir veremos o desespero de forma bem contundente na vida de um
personagem imaginário que diante de uma ameaça apenas procurou cumplicidade com
alguém que pudesse lhe oferecer o ombro amigo e quem sabe acalmar lhe o coração
com a boa palavra ou um gesto de amizade.
Há uma
ratoeira na casa
Certa vez um rato, olhando
pelo buraco na parede, viu o fazendeiro e a esposa abrindo um pacote. Pensou
logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma
ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio da grande fazenda e arfando de
medo passou horas advertindo a todos os moradores daquele lugar.
Com os olhos esbugalhados
cercou a galinha que era a rainha do quintal e gritou:
— Dona Galinha! Dona
Galinha! Há uma ratoeira na casa.
E mais uma vez exclamou:
— Há uma ratoeira na casa!
A galinha entendendo que
ratoeiras são armadilhas apenas para os ratos, encheu os pulmões de ar, estufou
o peito e exibindo sua importância respondeu com ar de superioridade:
— Desculpe-me senhor Rato,
eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica
em nada, não me incomoda; ratoeiras são armadilhas apenas para os ratos.
Diante de tal esclarecimento o pobre rato deixou cair o semblante, ficou ainda mais assustado, mas mesmo assim não desistiu de procurar qualquer outro aliado que pudesse ajudá-lo a se proteger de tamanha ameaça.
Olhou a sua volta e viu o
porco que devorava restos de comida com um apetite incomum, correu até ele e
com a voz trêmula de tanto pavor quase lhe suplicou:
— Hei! Dom Porco! Dom
Porco!
E procurando um jeito
convincente de avisar continuou:
— Há uma ratoeira na casa!
E apontou para o casarão.
O porco parou de comer por um instante e com muita ironia exclamou:
— É? Uma ratoeira?
O pobre rato se animou e
com humildade confirmou; mas o porco tão interessado que estava pela comida,
voltou-se para ela não dando mais atenção para o rato e entre uma mastigada e
outra apenas argumentou:
— Desculpe-me senhor Rato,
mas não há nada que eu possa fazer pelo senhor. A não ser rezar.
Deu uma tapinha nas costas
do “amigo” e concluiu:
— Fique tranquilo que o
senhor será lembrado nas minhas preces.
E continuou comendo.
Diante te tanto desdém o pobre ratinho deixou os olhos se encherem d’água e
saiu cabisbaixo perambulando. Porém cheio de esperanças de encontrar alguém que
pudesse lhe ouvir ou aconselhar se dirigiu a dona Vaca que estava toda vaidosa no
pasto a tomar sol e sem mais paciência encheu-se de coragem e gritou de uma vez
só:
— Senhora Vaca! Senhora
Vaca! Eu descobri há uma ratoeira na casa.
E novamente apontou para o
casarão. A vaca tão grande olhou para o pobre rato tão pequenino e caiu na
gargalhada. Riu-se por minutos intensamente enquanto o ratinho engolia tamanha
decepção. Depois de tanto se divertir com o medo do pobre ratinho ela esboçou
aquele ar de grandeza e respondeu:
— O que senhor Rato? Uma
ratoeira? Acha que estou em perigo?
O ratinho ficou confuso e
sem graça diante da pergunta quando ela mesma respondeu:
— Acho que não. E concluiu
a humilhação:
— Acha que todo o meu
tamanho posso ser pega por uma minúscula ratoeira?
E saiu a passos largos
balançando o traseiro gordo. Cansado de tanto ser desdenhado e passar por
tantas humilhações o rato então voltou cabisbaixo e abatido para casa pronta
para encarar a ratoeira.
Porém numa bela noite em
que tudo parecia tão tranquilo naquela fazenda ouviu-se um barulho como de uma
ratoeira pegando uma vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia
caído naquela armadilha. No escuro, ela não vira que uma cobra atônita se
debatia, pois, sua cauda estava presa na ratoeira e no auge de seu desespero a
cobra picou a mulher.
O fazendeiro a levou
imediatamente ao hospital. Lá o médico aplicou o soro, mas exigiu que a mulher
seguisse uma dieta alimentar. Assim que chegou a casa, o fazendeiro pegou seu
cutelo e foi providenciar o ingrediente principal da canja de galinha que serviria
a sua esposa.
Muitos vizinhos e amigos foram visitar a mulher enquanto ela estava em repouso e, para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco e deu de comer. Quando finalmente a mulher melhorou, o fazendeiro resolveu fazer um churrasco e, para alimentar a todos os convidados, matou a vaca.
Lição de Vida
Nenhum dos que foram
avisados ou ao menos demonstrou preocupação com o desespero do pobre ratinho
foram poupados pelo dono da casa e no momento da adversidade nem ao menos
puderam se defender ou voltar atrás e tiveram as suas vidas ceifadas.
Tudo isso poderia ter sido
evitado se algum dos avisados tivesse se ocupado em destruir aquela ratoeira,
mas como ninguém tinha nada a ver com isso ela serviu de armadilha para pôr um
fim à vida de todos.
Situações que são postas
diante dos nossos olhos são oportunidades que temos para entrarmos em ação e
plantar alguma coisa em benefício de nós mesmos. A lei da causa e efeito deve
ser levada muito a sério pois quando pensamos que estamos fazendo algo por
alguém estamos fazendo para nós mesmos.
O que o bom samaritano fez
por aquele homem que havia caído nas mãos dos salteadores?
"Mas um samaritano
que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. E,
aproximando-se atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e pondo-o
sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele".
Lucas 10/33-34
O mais bonito nessa
história é que quando temos alguma coisa para responder ao aflito em seus
momentos de aflições além de estar fazendo algo pelo outro estamos também
fazendo por nós mesmos pois o amanhã é desconhecido de todos nós onde poderemos
estar no mesmo lugar em que vimos o nosso próximo.
Apenas lhes mostrar a
direção não é o bastante pois nem todo aquele que está ferido tem condições de
caminhar e nem os seus olhos propícios para enxergar o horizonte.
Que lição, que ensinamento, que estória maravilhosa demais.
ResponderExcluirPalavras sábias, Deus o abençoe a cada dia mais e mais..
És uma benção..
Obrigado Wander'Son Souza.Que Deus continue te abençoando sempre e que o seu ministério seja um grande marco na história da igreja.
ResponderExcluir