Tudo o que reluz é ouro ou todo ouro reluz?
Onde estará o horizonte que tanto procuramos enxergar e onde estão os sonhos que plantamos algum dia? O mais complicado de tudo é que nem sempre encontramos os frutos no mesmo lugar onde um dia plantamos a preciosa semente.
Havia um lobo muito faminto que vivia de olho nas aves que margeavam o rio São Francisco . Ele não dava trégua, pois estava sempre pronto para dar o bote nos desavisados.
E talvez seja isso o que
em determinados momentos nos torna tolos e desesperançados. Queremos ser tão
notáveis diante dos homens e muitas das vezes esquecemos que a sabedoria está
diante de nós para nos dizer e ensinar mais alguma coisa.
Nem sempre a nossa malícia em querer lucrar com a inocência dos outros
produz um bom resultado e o ouro que almejamos conquistar as vezes é objeto de
frustração para nós mesmos pois como diz o velho ditado: nem tudo o que reluz é
ouro e nem tudo aquilo que balança cai.
Por isso os nossos sonhos
estão guardados e só despontam quando num ato de sabedoria sabemos dizer “não”
ao inimigo que usa suas armas de sedução para roubar de nós o horizonte que
tanto procuramos.
O
lobo malicioso e a esperteza da cegonha
A comadre cegonha, alerta
como ela só, dizia para a comadre arara, que vivia cochilando:
— Olha comadre, cuidado!
Cochilou, o cachimbo cai. Comadre fique atenta, pois o babão está na área.
— O que foi? Onde? Cadê?
De repente, nhac!!!O lobo
pegou a arara desatenta.
—Eu é que não fico de
bobeira. Estou de olho vivo nesse faminto. Nunca vi em toda a minha vida alguém
devorar um almoço como esse excomungado. É só olhar para a gente que ele começa
a babar...
— Que é isso comadre, eu
estou babando não é por causa da senhora, não! É que eu masquei fumo e, por
isso, estou com água na boca – desculpava-se o canino. Vou comer a arara para
salgar um pouco a boca.
— Está a me enganar— Disse
a cegonha. Tomara que você se entale comilão. E do jeito que come, não vai
demorar muito. E você há de precisar de mim, você vai
ver. Praguejou a ave.
— Há, há, há. Eu? Precisar de você? Nunca!
Pelo contrário, você é quem vai precisar de mim...
Na verdade, o lobo tinha a
cegonha como grande rival e não via a hora de devorá-la, até porque dentre as
aves era a mais gordinha.
Enquanto comia vorazmente
a arara, o lobo ficou com um osso atravessado na garganta. Como não conseguia
tirá-lo, pediu à cegonha que o tirasse com o seu bico grande e comprido e
prometeu uma recompensa em troca.
A cegonha aceitou o trato,
mas muito esperta e por precaução, pôs um galho grosso de madeira atravessado
entre os dentes do lobo. Depois, enfiou cuidadosamente o bico na boca do
carnívoro, tirando-lhe o osso da garganta.
Em seguida perguntou ao
lobo sobre a recompensa, ao que ele respondeu:
— Acha mesmo que vou te
dar alguma coisa? Já não basta impedir-me de comer a sobremesa?
A cegonha respondeu:
— É verdade compadre, já
me deste a recompensa, pois estiveste comigo entre os dentes e não pôde
comer-me!
Quando as aparências nos enganam
Quem vê cara não vê
coração e é por isso que a aparência das coisas tem enganado a muitos. Confiar
exageradamente em alguém sem antes examinar os frutos de suas ações pode ser um
grande laço da paixão que sempre usa as armas da sedução para manipular a
alguém e aniquilar uma vida.
O próprio senhor Jesus nos
advertiu acerca da vigilância e essa vigilância não se refere apenas aquilo que
está ao nosso redor mas também ao que pode estar dentro de nós mesmos. Ser bom
ou solidário com alguém não quer dizer que devemos confiar cegamente naqueles
que buscam em nós apenas uma oportunidade ou nos fazem de trampolim para o seu
próprio sucesso.
Assim como amamos a alguém,
também queremos ser amados mas sem nos tornarmos dependentes demais dos outros
e por muitas das vezes por não reconhecermos em nós mesmos a nossa fragilidades
é que caímos em muitas armadilhas daqueles que julgamos serem bem mais fortes
do que nós.
"Não estejais entre os que se comprometem e ficam por fiadores de dividas, pois
se não tens como pagar, porque arriscas perder a cama de debaixo de ti? "
Provérbios 22, 26,27.
verdade
ResponderExcluir